quinta-feira, 31 de março de 2011

Agroenergia


Etanol, açúcar e bioeletricidade marcam o Início da Safra da cana-de-açúcar no Mato Grosso do Sul.

Colaboração: Fábio Roberto Castilho fr-castilho@bol.com.br
            Economista
            Especialista em Gestão Ambiental
            Especialista em Gestão Empresarial e Agronegócios
            Mestrando em Agronegócios pela UFGD – Dourados
          

Atualmente, a cana-de-açúcar é o carro chefe da energia de biomassa do Brasil e do mundo, com intensivo uso de mão-de-obra. É relevante também para um país com as dimensões e problemas sociais do Brasil o fato de que a atividade canavieira emprega, com remuneração digna, assistência social e garantias trabalhistas, milhares de trabalhadores, entre os quais grande contingente com menor qualificação, que teria enorme dificuldade de emprego na indústria ou no setor de serviços.     
Segundo estimativas, o setor sucroalcooleiro deverá empregar 1,7 milhão de pessoas até a safra 2012/13. UNICA (2008). Um número significativo, mas também preocupante, pois muitas pessoas poderão ser barradas ao concorrer a uma das vagas. E o motivo disso é patente. Falta de mão-de-obra capacitada e qualificada diante das mudanças que a mecanização e a inovação tecnológica impõem ao setor.

 http://wpmtransportes.com.br/clientes.htm

O setor sucroenergético está preocupado com a mão-de-obra, afinal temos uma dificuldade na questão dessa qualificação, pois ele investe pesado no desenvolvimento tecnológico, no melhoramento genético, controle dos custos agrícolas e custos industriais, automação, e pensando na “Bioeletricidade” que está colaborando com a matriz energética, assim as pessoas devem buscar qualificação para estar bem empregados e bem remunerados, pois atualmente são os melhores índices de remuneração do setor industrial.
Outro ponto relevante na agroindústria canavieira, onde ela é responsável por grande produção de resíduos sólidos, tais como torta de filtro, fuligem, bagaço, palha de cana, material advindo das fornalhas das caldeiras e lavadores de gases, e areia e terra provenientes dos processos de limpeza da cana. Os resíduos não tóxicos produzidos pelas usinas geralmente são aproveitados para utilização nas lavouras em forma de adubos. Outro meio de obter resíduos sólidos é através da decantação de resíduos líquidos que, depois de passarem por um desaguamento, são incorporados à adubação.
Em uma usina de açúcar álcool, o principal resíduo sólido encontrado é o bagaço dacana. Em algumas regiões, o bagaço constitui-se em um produto com preço atrativo para venda, o que acontece geralmente quando há proximidade com outras fábricas, como indústrias de cítricos. UDOP (2008).


 http://www.navegadormt.com/categoria.php?pageNum_Recordset1=18&totalRows_Recordset1=288&categoria=Agronegocio

Para Juan Carlos Salvini, engenheiro e especialista em saneamento ambiental, (apud Idea News, 2007), afirma que o aproveitamento da biomassa foi e é um fator decisivo na viabilidade da indústria de cana ecologicamente correta. “Se não houvesse o reaproveitamento do bagaço de cana como combustível alternativo, nossas florestas estariam quase desaparecendo”, afirma.
O bagaço está tornando-se uma fonte de energia e um lucro para as usinas, onde o excedente está indo diretamente para as Companhias de Energia através das linhas de transmissão, pois estão colaborando com o balanço energético do país.
A tradição sul-matogrossense em outras culturas como: soja, milho, algodão, etc, e com a expansão significativa do setor sucroenergético o Estado agrega valor ao agronegócio, e está sendo realidade em alguns municípios do MS, assim, saindo da pecuária e da agricultura, tornando-se uma região agro-industrial.
O setor sucroenergético está em evidência, além da produção agrícola, com 23 plantas em operação dentro do Estado, com mais de 430 mil hectares plantados, e cerca de 80% dessas usinas estão localizadas na Região da sub-bacia do Rio Ivinhema, segundo informações da Biosul. Segundo, Roberto Hollanda, Presidente da Biosul, o setor tem a tendência de crescimento, conforme demonstra a tabela:

PRODUÇÃO/SAFRA
2005/2006
2010/2011
Cana Moída
12 milhões/ton
40 milhões/ton
Açúcar Produzido
575 mil/ ton
1,5 milhões/ton
Etanol Produzido
660 milhões de litros
2 bilhões de litros
Bioeletricidade
300 Mw exportáveis
1.500.000 MWh = 40% do MS
    Fonte: Biosul, 2011

Ainda complementa Roberto, que o setor sucroenergético corresponde no MS 1,5 % da agricultura, 2% do agronegócio e 16% da agricultura no Brasil, gerando nos últimos 5 anos 26.000 mil empregos diretos no MS, um aumento de 56%, e também o aumento da renda, da mecanização, da arrecadação e da preservação ambiental e preocupação com a responsabilidade social. (Biosul, 2011).
E ainda, ressalto a preocupação ambiental, social e econômica, pois trabalhei em uma empresa do setor sucroenergético, e estão investindo em segurança do trabalho, saúde ocupacional, mitigações dos impactos ambientais, e, sem falar em um combustível renovável.
O início da safra 2011/12 na região Centro-Sul está sendo visto como uma possibilidade de baixa dos preços do etanol e do açúcar, tendo em vista pela excessiva demanda desses produtos no mercado interno e externo.
Assim, a região da Grande Dourados está sendo privilegiada por esse segmento da tranformação da agroindústria, afinal está sendo contribuindo para o desenvolvimento de pelo menos 30 municípios no seu entorno, aumentando o  número de empregos, na arrecadação do Governo Federal, Estadual e Municipal e principalmente, movimentando a economia, pois o MS tem todas as condições para evidenciar um dos melhores momentos no agronegócio regional e nacional.