Enviado por: Fábio Roberto Castilho
Economista / Especialista em Gestão Ambiental / Especialista em Gestão Empresarial e Agronegócio
Mestrando em Agronegócios da UFGD - Dourados - MS
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Economista / Especialista em Gestão Ambiental / Especialista em Gestão Empresarial e Agronegócio
Mestrando em Agronegócios da UFGD - Dourados - MS
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A cadeia produtiva do pescado é muito promissora no Brasil, e, principalmente, no agronegócio do Mato Grosso do Sul. Isso porque, temos todas as condições para aumentar essa produção do pescado no Estado e realmente garantir, não só um preço atrativo ao consumidor, mas também a melhora da saúde da população.
Nessa atividade econômica temos algumas dificuldades a enfrentar, afinal as incertezas são muitas. O piscicultor fica pensando para quem vai produzir e vender a produção ou onde será o abatedouro, que necessita do Serviço de Inspeção Federal (SIF), para a fiscalização, na garantia e segurança alimentar do pescado.
O grande potencial está na Região da Grande Dourados (que compreende os municípios de Amambai, Antonio João, Aral Moreira, Caarapó, Dourados, Douradina, Fátima do Sul, Itaporã, Juti, Laguna Caarapã, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante e Vicentina). Nesse contexto, conforme dados oficiais, temos 1.200 hectares de lâmina de água. Porém, atualmente, com baixa produtividade, a maioria está desativada.
A produção média, segundo levantamento, é de 2.500 quilos por hectare ano. O pouco interesse por esta promissora atividade se deve ao fato de não termos um programa sério, e não termos uma indústria confiável em nossa região. Em Mundo Novo, por exemplo, na fronteira com o Paraguai, cerca de 150 produtores se reúnem, por conta de existir neste município uma Cooperativa de Peixes.
Todavia, a falta de uma indústria faz com que a criação de peixes se encontre em pouca expansão. A solução viria com a efetivação de uma indústria com capacidade para beneficiar, comercializar e exportar para outros países.
Temos algumas sinalizações positivas pelo Governo Federal, Estadual e Municipal, através dos Arranjos Produtivos Locais (APL´s) e outros programas de financiamento ao piscicultor. Mas, realmente, não há um compromisso efetivo dessa parceria pública com os possíveis produtores e temos que amenizar esses riscos, pela falta de continuidade dos programas. Com isso, o produtor não acredita e não investe nesse ramo de atividade, já que espera a normalidade para investir ou começar um novo negócio.
Ressalto, que os impactos e benefícios esperados para Mato Grosso do Sul seriam o aumento da produção do pescado, utilizando tecnologias, desenvolvimento regional econômico, gestão ambiental e outros aspectos. E ainda lembro que a questão ambiental deve ser uma das principais preocupações na implantação de novos projetos e adequações de tanques existentes. O investimento depende de uma boa gestão, planejamento na utilização dos recursos naturais, principalmente da “ÁGUA”, e o conhecimento do piscicultor no trato das espécies, como: tilápia, pacu, catfish, etc.
Nasci no interior paulista, na cidade de Sertãozinho (SP), e fui criado em Ribeirão Preto (SP). Tinha o hábito de comer mais peixes comprados no mercadão municipal, mantendo a minha qualidade de vida e saúde, sem falar do amor e carinho da mamãe preparando um bom filé de merluza e aquela sardinha na panela de pressão!!! Que fome!!!
Há oito anos no Mato Grosso do Sul, na cidade de Maracaju e, recentemente, em Dourados pude notar que esse é o caminho para o desenvolvimento regional do pescado. É necessária a “UNIÃO” dos Institutos de Pesquisa, Extensão Rural, Universidades, Associações, Cooperativas, Sindicatos Rurais, ONG´s, OSCIP´s e a população para que haja o crescimento e o consumo.
Afinal, a agricultura familiar está em evidência e os municípios estão garantindo a compra de produtos produzidos por pequenos e médios produtores, o que contribui para o agronegócio e a economia do Estado, e ainda, melhora a cadeia produtiva como setores de alimentação e artesanato.
Uma oportunidade para estimular o mercado da piscicultura na região é a “FESTA DO PEIXE”, que acontece em abril, no parque municipal de Dourados. O evento busca reunir lazer, ar puro e peixe barato, vendidos diretamente pelos piscicultores à população. Este pode ser um pontapé inicial para o aumento de consumo e da conscientização de que o peixe é bom, não só para a economia, mas para a saúde.