O agronegócio brasileiro ganhou destaque mundo afora nos últimos anos. Do tradicional açúcar a frutas como maçã e melão, incorporadas há menos tempo, passando por grãos e carnes, os produtos do campo brasileiro invadem em volume crescente mercados da Europa, da Ásia, da América Latina e do Oriente Médio.

Há agora a expectativa de que esse cenário possa mudar. Um instrumento financeiro mais familiar para quem trabalha com o mercado de capitais do que com as lavouras começou a dar os primeiros passos como alternativa para que agricultores possam financiar as colheitas sem ter de recorrer a bancos ou ficar reféns de fornecedores de insumos, que viraram nos últimos anos uma das principais fontes de crédito. O CRA, sigla para Certificado de Recebíveis Agrícolas, foi criado por lei em 2004. Mas, sem regulação adequada e sem apetite de investidores, não decolou no mercado.
No ano passado, quando suas regras foram equiparadas às dos Certificados de Recebíveis Imobiliários, as primeiras operações começaram a surgir. Trata-se de um meio de financiamento que usa o produto das colheitas como garantia. Uma empresa de securitização faz a montagem e a coordenação da operação, que inclui o acompanhamento de advogados, o monitoramento da safra e a análise de bancos e de agências de avaliação de risco.

Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/incentivado-pela-isencao-de-ir-o-capital-vai-ao-campo